As obras de valorização do sítio arqueológico do Cais do Valongo, localizado na Pequena África, na Saúde, Zona Portuária do Rio, parecem estar perto do fim. Esta semana os trabalhos completaram exatos quatro meses e a expectativa é que a conclusão se dê até o fim de novembro, com um evento de inauguração.
Os funcionários do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG) já realizaram os trabalhos de acabamento e pintura na parte externa e interna do sítio arqueológico que não permite visitação desde julho.
A expectativa, segundo responsáveis pela obra, é que a conclusão ocorra ainda neste mês, com a instalação de um novo esquema de iluminação. Atualmente, já foi concluída a parte do guarda-corpo e também a colocação dos módulos expositivos.
Os totens contarão a história da região por onde estima-se que chegaram mais de 1 milhão de escravos africanos em navios. Todo o material exposto nos módulos terá a curadoria da historiadora Ynaê Lopes do Santos, que é especialista na História da Escravidão.
Encontrado em escavações feitas durante as obras de revitalização da região, o local guarda parte da história da escravidão. De acordo com o antropólogo Milton Guran, as ruínas do Cais do Valongo são os únicos vestígios materiais de desembarque de africanos escravizados nas américas. O Valongo possui cerca de 350 metros de comprimento e vai da Rua Coelho e Castro até a Sacadura.
O Sítio Arqueológico Cais do Valongo foi declarado Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 2017, por sua importância na história da escravidão.