A primeira parte da reconstrução do Palácio de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, que abriga o Museu Nacional, começa a sair do papel. Quatro anos após um incêndio que destruiu o prédio do Museu Nacional, na noite de 2 de setembro de 2018, parte da história brasileira e 85% dos 20 milhões de itens do seu acervo, o comunicado com data de abertura do museu anima pesquisadores e visitantes: dia 6 de junho de 2024. Segundo o diretor da instituição, o professor Alexander Kellner, essa reabertura parcial para o público trará uma mescla do acervo inédito e de peças originais.
Conhecida popularmente como “Moby Dick”, personagem que inspirou histórias de livros e filmes, o esqueleto da baleia-cachalote, medindo cerca de 15,7 metros, será uma das atrações principais na inauguração do Museu Nacional. Os visitantes vão se deparar com o grande esqueleto de um animal adulto, do sexo masculino, que encalhou na Praia de Curimãs, município de Barroquinha, no Ceará, em janeiro de 2014.
Algumas mudanças ousadas e modernas, para além do acervo, serão percebidas na arquitetura do museu. No hall principal da entrada do Palácio de São Cristóvão, uma claraboia está sendo construída na área interna da escada monumental. No alto, perto da claraboia, será pendurado o esqueleto da baleia cachalote.
Outras peças, que ainda estão sendo estudadas, devem ser acrescentadas ao acervo que ficará em exibição. No hall principal, alguns quadros serão recolocados, após o restauro, em seus locais originais. Uma peça rara deve se destacar em uma das paredes do Museu Nacional: o quadro da imperatriz Leopoldina. A obra deve chegar ainda este ano ao Rio de Janeiro e ficará guardada até sua inauguração.
O meteorito Santa Filomena, encontrado na cidade de Santa Filomena, em Pernambuco, em 19 de agosto de 2020, também é parte do acervo da inauguração. O rochoso, que pertence ao grupo dos “condritos”, veio de um cinturão dos asteroides, um espaço sem planetas que fica entre Marte e Júpiter. Pesando 2,85 quilos e de superfície escura, a pedra tem mais de 4,5 bilhões de anos e é tão antigo quanto o sol e a terra. Entre os pesquisadores, é considero um “fóssil da atmosfera”.