Beija-Flor se prepara para buscar mais um campeonato

A escola de samba Beija-Flor de Nilópolis será a segunda a desfilar na Marquês de Sapucaí na noite do próximo domingo, dia 10. A agremiação levará Maceió para a avenida este ano — sendo a primeira vez que a capital alagoana será homenageada na Sapucaí. Com 14 títulos do Carnaval carioca, a escola azul e branco aposta no enredo ‘Um delírio de carnaval na Maceió de Rás Gonguila’, assinado pelo carnavalesco João Vitor Araújo, que estreia na agremiação. Os ensaios na quadra, na Sapucaí e na Avenida Miran-dela foram muito animados e ficaram lotados, mos- trando a disposição dos componentes e que não faltará torcida para a escola conquistar o título de campeã do Carnaval 2024.
Eternizado como o rei dos carnavais, Rás Gonguila nasceu como Benedito dos Santos em Maceió, em meados do início do século passado — acredita-se que em 1905. Pouco se sabe sobre o início de sua vida e tampouco quem foram seus pais; a única certeza é que ele era analfabeto, mas isso não impediu sua grandeza. Os relatos mais antigos sobre Rás Gonguila remetem a década de 1930, quando o engraxate fundou a agremiação Cavaleiro dos Montes, que fez história na capital alagoana.
Segundo o portal da prefeitura de Maceió, o pequeno Benedito dos Santos sempre ouvia dos pais histórias de nobres de terras distantes que realizavam festas nos altos dos quilombos. Assim, adotou Rás como uma referência a uma possível origem nobre da Etiópia. Rás teria sido inspirado pelo título nobiliárquico ou dignitário do Rei da Abissínia, na África, que na época estava em muita evidência; então o folião tomou-o para si, para ser muito reconhecido.
Por sua popularidade e projeção popular, Rás Gonguila também era procurado por políticos para apoio eleitoral, o que gerava causos engraçados — mas nem sempre comprovados. A trajetória de Rás Gonguila terminou em 21 de dezembro de 1968, quando o carnavalesco sofreu um ataque cardíaco fulminante enquanto estava na Rua do Comércio, no Centro de Maceió.
Pelo segundo ano con-secutivo os coreógrafos Jorge Teixeira e Saulo Finelon são os responsáveis pelo comando da comissão de frente da Beija-Flor. A dupla já adiantou que para o desfile ofi- cial não contatará com um grande elemento cenográfico, indo na contramão do que foi visto no quesito ultimamente e pelo o que foi mostrado no ensaio técnico, a dança será a grande protagonista da apresentação.
Importante destacar o ator Samuel de Assis, que representará a figura central do enredo, o casal deporta bandeira e mestre sala, Selminha e Claudinho e a frente da bateria soberana desde o ano passado, a jovem Lorena Raíssa. Sobre o sama, o refrão principal possui características que mexem com o brio do nilopolitano, o “doa a quem doer” faz com que a comunidade exploda a cada passada. “Estamos no caminho certo. Serão 240 ritmistas. A fantasia está aprovada e é belíssima. É uma referência a uma tribo da Etiópia”, disse mestre Rodney.

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