O Boletim Infogripe, divulgado ontem, quinta-feira, dia 28, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mostra que o Estado do Rio de Janeiro continua tendo aumento de casos de Covid-19. Segundo o coordenador do boletim, Marcelo Gomes, a circulação do vírus Sars-Cov-2 continua levando a internações. “No Rio de Janeiro continua tendo um ritmo de crescimento na curva de novos casos semanais de Covid-19, principal-mente entre a população de idade mais avançada. Mas é um sinal de que está presente. Ou seja, o vírus está circulando com maior intensidade, levando a aumento das internações, principalmente nos grupos mais vulneráveis”, explicou Gomes.
Segundo ele, esse cenário é restrito principalmente ao Rio de Janeiro e a São Paulo. O pesquisador afirmou que é importante manter o reforço em relação à convocação da população para que esteja em dia com a vacina contra a doença.
O boletim usa como base os dados da semana epidemiológica 38 (de 17 a 23 de setembro). Nas últimas quatro semanas, 44,2% dos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no país foram provoca-dos pela Covid-19. Entre os óbitos, a Covid-19 responde por 77,5%.
VACINAÇÃO – Após mais de 540 milhões de doses aplicadas em quase três anos, o Brasil vive em 2023 um período de transição na vacinação contra a Covid-19, das campanhas emergenciais para a imunização de rotina. Em 2023, o Ministério da Saúde estendeu a vacinação com doses de reforço bivalentes para toda a população acima de 12 anos de idade. A adesão, porém, foi baixa até mesmo para os grupos prioritários, considerados de maior risco de agravamento da doença. Enquanto 516 milhões de doses de vacinas monovalentes foram aplicadas no país, somente 28 milhões de bivalentes foram administradas, sendo apenas 217 mil em adolescentes.
Para 2024, a proposta ainda em elaboração é a adoção de um calendário de vacinação contra a Covid-19 na rotina de crianças menores de 5 anos, e doses de reforço periódicas ao menos uma vez por ano para grupos de risco, como idosos, imunocomprometidos (pacientes com sistema imunológico debilitado) e gestantes, seguindo orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Há ainda a possibilidade de inclusão de outros grupos como profissionais de saúde e comunidades tradicionais.