Projetos devem representar novos tempos para a Estação Leopoldina

Duas possibilidades pairam sobre a Estação Leopoldina. Tombado como patrimônio, o prédio da antiga Estação Ferroviária Barão de Mauá, inaugurado em 1926, pode ser reformado ou comprado pela Prefeitura do Rio. A secretaria do Patrimônio da União (SPU) está entre- gando o projeto executivo de reforma e restauração do edifício — que ganhará terraço, parcialmente coberto, e jardins — e das quatro plataformas, para que as obras, estimadas em R$ 25 milhões, possam ser licitadas no início de 2024.
Já o prefeito Eduardo Paes, quer adquirir o terreno inteiro, com 124 mil metros quadrados, e não somente o terminal. Ele quer fazer uma operação semelhante a que realizou com o Edifício A Noite, na Praça Mauá. O primeiro arranha-céu do Brasil foi adquirido pela prefeitura e revendido para a AZO Inc, que vai transformá-lo em um residencial com mais de 400 apartamentos. A estação está desativada em 2001 e foi fechada em 2016.
“Nossa ideia é conceder para a iniciativa privada o terreno inteiro, porque tem potencial imobiliário. E a gente daria algum uso para a estação propriamente dita; uso cultural, público. Estamos negociando ainda. O fato é que aquilo nas mãos do governo federal está há anos parado, e sabemos que vai continuar assim se permanecer com a União”, disse ele.
Segundo o coordenador técnico da SPU, Carlos Rodrigues, serão necessários pelo menos três anos de obras para recuperar o prédio, seu anexo e as plataformas. Ele afirmou que a concepção arquitetônica está pronta e que, no momento, estão sendo detalhados projetos complementares do interior do edifício, como os de redes elétricas e hidráulicas.
Dentro do edifício, de quatro andares incluindo o térreo, há tetos sem revestimento, bem como fiação e tubulações arrancadas. Além da deterioração decorrente da falta de manu-tenção, o imóvel vem sendo depredado por conta de constantes tentativas de invasão.
No térreo, o busto do Barão de Mauá, pioneiro da ferrovia no Brasil, continua impo- nente. Sinais do passado estão também em nomes que designavam espaços, como a “sahida”, com a grafia antiga, e a charutaria. Até o terceiro andar, o que restou do acervo móvel teria sido transferido para um depósito. No quarto andar, no entanto, onde funcionou o órgão central do Serviço Social das Estradas de Ferro, espalhados por salas há computadores, papeis, armários de arquivo, divisórias, carimbos e até flores de pano.
Projetada pelo escocês Robert Prentice, a Estação Barão de Mauá é tombada pelo Iphan e pelo Instituto Esta-dual do Patrimônio Artístico e Cultural (Inepac).

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