O Brasil ultrapassou, pela primeira vez, a marca de 30 mil transplantes de órgãos e tecidos realizados em um único ano, de acordo com o Ministério da Saúde. Em 2024, foram 30,3 mil procedimentos. Cerca de 85% dos procedimentos foram realizados pelo SUS, que destinou R$ 1,47 bilhão à área no ano passado — valor 28% superior ao de 2022. “Vimos o aumento de transplantes, mas a diminuição de doadores. Temos que falar da importância da doação, de quantas vidas podem ser salvas”, afirmou a coordenadora-Geral do Sistema Nacional de Transplantes, Patrícia Freire.
Os dados foram apresentados nesta quarta-feira, dia 4, pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que também anunciou a incorporação de novas tecnologias e o reforço em estratégias para ampliar o acesso e reduzir desigualdades regionais. Entre as novidades, está a inclusão do transplante de membrana amniótica no SUS, para tratamento de queimaduras, e a autorização de transplantes de intestino delgado e multivisceral, voltados a pacientes com falência intestinal irreversível.
Apesar do crescimento, a fila de espera ainda soma 78 mil pessoas — só para rim são mais de 42 mil. Um desafio apontado pelo ministério é a recusa familiar: apenas 55% das famílias entrevistadas autorizaram a doação dos órgãos. Para enfrentar o problema, será lançado o Programa de Qualidade em Doação para Transplante (PRODOT), que vai qualificar e monitorar as equipes responsáveis pelas entrevistas com familiares. A formação será feita em parceria com a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB).
Total de transplantes aumenta, mas número de doadores diminui