Cedae vai ampliar sistema de monitoramento dos rios que integram a ETA Guandu

A Cedae está em fase de licitação para ampliar seu sistema de monitoramento ambiental na bacia dos rios que abastecem a Estação de Tratamento de Água (ETA) Guandu, responsável pelo fornecimento de água para os municípios do Rio de Janeiro, Nova Iguaçu, Mesquita, Nilópolis, Duque de Caxias, Belford Roxo, São João de Meriti, Itaguaí e Queimados. O projeto prevê o uso de tecnologia para ações contínuas, em terra, na água e no ar, durante 24 horas por dia.
Entre os equipamentos que serão utilizados, destacam-se as câmeras espectrais — tecnologia de ponta semelhante à utilizada pela Nasa — que emitem feixes de luz na água e detectam o retorno, identificando cerca de 20 parâmetros físico-químicos. Esse monitoramento permite identificar rapidamente acidentes ou o despejo clandestino de substâncias nos mananciais. “Os equipamentos realizam a análise constante da qualidade da água, fornecendo dados e alertas em tempo real. Entre os parâmetros que serão analisados pelos especialistas, estão sólidos suspensos, turbidez, transparência, fósforo total, nitrogênio total, carbono orgânico total, clorofila, pH e temperatura, entre outros”, explicou o diretor-presidente da Cedae, Aguinaldo Ballon.
Essa tecnologia foi testada e aprovada em 2024, quando a Cedae iniciou a instalação do sistema de monitoramento nos rios Guapiaçu e Macacu — responsáveis pela água cap-tada pelo Sistema Imunana- Laranjal, que abastece Niterói, São Gonçalo, parte de Maricá, Ilha de Paquetá e Itaboraí.
A operação inclui uma frota de veículos para coleta de amostras, vistorias e intervenções, além de helicópteros e drones para monitoramento aéreo diário, com capacidade de alcançar áreas remotas e detectar atividades irregulares, como despejo de resíduos e desmatamento de matas ciliares. As equipes também contam com barcos, retroescavadeiras, cami-nhões guindaste e basculante.
Esse trabalho é fruto de um acordo de cooperação entre a Cedae e o Inea, órgão responsável pela preservação ambiental no estado. No Inea, a gestão das águas inclui não apenas o monitoramento da balneabilidade, mas também ações intensivas de desassoreamento. Entre setembro de 2022 e fevereiro de 2025, o Programa Limpa Rio retirou mais de 8,3 milhões de metros cúbicos de resíduos de corpos hídricos em todo o estado.
Importante ainda destacar o Laboratório Biológico de Rastreamento Ambiental (Libra), vinculado à Gerência Guandu-Lameirão (GGL), realiza o monitoramento da água captada, da água em tratamento e da água já tratada na ETA Guandu. São mais de 35 pontos monitorados nos mananciais, com frequências diárias nos parâmetros mais críticos. É o primeiro laboratório do estado com uma equipe fixa para controle sensorial da água tratada, apelidada de “sommelier de água”.

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