BRT Transbrasil faz um ano com elogios dos passageiros e críticas dos motoristas

Após um ano, o BRT Transbrasil é alvo de opiniões bem diferentes. Há os que aprovam, pois na faixa exclusiva para os ônibus articulados os passageiros fazem a viagem de Deodoro até o Terminal Intermodal Gentileza (TIG), no Caju, que antes podia durar até uma hora e meia em cerca de 40 minutos. Enquanto isso, nas duas pistas à direita, motoristas se queixam de enfrentar diariamente o trânsito lento, principalmente nos horários de pico. Um ano após o início do funciona- mento pleno do corredor Transbrasil, a prefeitura diz que houve uma redução de mais de 40 mil veículos circulando por dia na via expressa nos dois sentidos.
De acordo com dados da CET-Rio, antes do início da operação do BRT Transbrasil, circulavam nos dois sentidos da via, na altura de Manguinhos, 210 mil veículos por dia. Este número, segundo o órgão, caiu para 170 mil a partir do início do funcionamento pleno do corredor, no fim de março do ano passado. Em 2025, nos meses de janeiro e fevereiro, houve uma nova redução média de 7,5%, em relação ao último número, chegando a cerca de 157 mil.
O fato é que os motoristas que permaneceram na Avenida Brasil têm dificuldade de perceber essa redução de veículos porque também diminuiu o número de faixas para os carros. Uma das medidas adotadas pela prefeitura para amenizar o sufoco dos motoristas foi permitir, cerca de um mês após o início do funcionamento pleno do BRT, carros de passeio na seletiva — antes exclusiva para ônibus comuns e táxis — nos fins de semana e feriados, e das 10h às 16h e das 20h às 5h nos dias úteis. A estratégia da prefeitura era levar os motoristas a tirarem os carros das garagens fora do horário de pico. Os números da CET-Rio mostram que a média diária de veículos na seletiva, após essa liberação, passou de 2,9 mil para a 7,6 mil no sentido do Centro, e de 1,8 mil para 4,7 mil na direção de Santa Cruz.
Se de um lado há queixas de motoristas que utilizam as pistas comuns da Avenida Brasil, para os usuários do BRT a situação é bem diferente. Com 25,8 quilômetros, de Deodoro até o Caju, o Transbrasil está com todas as 17 estações abertas e transporta, em média, 114.778 pessoas por dia (dados de fevereiro) — 22% do total de usuários do sistema BRT composto por quatro corre- dores. A expectativa da prefeitura é chegar a 250 mil passageiros diariamente até 2030.
Já a promessa de aumentar o carregamento de passageiros do VLT, que faz integração no Terminal Gentileza, também tem sido cumprida parcialmente pelo Transbrasil. O corredor despeja no bondinho moderno cerca de 9 mil passageiros por dia. O modal que desde a inauguração enfrenta dificuldades de atingir a meta de usuários, transporta 101 mil pessoas diariamente, quase 20 mil a menos do que chegou a levar antes da pandemia.

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