De acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde do Rio, o estado registrou mais de 302 mil casos de dengue até novembro de desse ano. Somente este ano, foram registrados 229 óbitos da doença. De todos os casos, 55% referem-se a mulheres e 45% a homens. Na capital fluminense, o número de ocorrências já ultrapassou 550. A dengue é uma doença sazonal, ou seja, tem maior incidência em épocas de chuvas e risco de epidemias, principalmente entre os meses de outubro de um ano e maio do ano seguinte.
De acordo com José Pozza, médico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apesar da dengue ser uma doença com sintomas similares aos de uma gripe, em alguns casos ela pode se manifestar de maneira mais grave e pode levar à falência de órgãos, exigindo atendimento médico imediato. “A dengue é uma doença viral que causa sintomas que podem ser leves, mas pode provocar uma reação inflamatória intensa, que pode levar o paciente ao óbito”, afirma.
Ainda segundo o especialista, não há um método específico que determine a causa da evolução da doença. “Ainda não existe um mecanismo muito bem definido para isso. Pode haver alguma predisposição genética, talvez algumas condições nutri- cionais, mas não há nada determinado”, conclui.
Para diferenciar a doença de uma gripe, o médico orienta observar os principais sintomas, como febre alta, mialgia (dor nos músculos) e cefaleia (dor de cabeça intensa). Também podem aparecer dores articulares, náuseas, vômitos e manchas vermelhas pelo corpo, princi- palmente em crianças.
Segundo o infectologista Rivaldo Venâncio, Secretário Adjunto da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, as manifestações da doença se caracterizam, de modo geral, pela intensidade dos sintomas. Além disso, ele alerta para os cuidados com medicamentos sem prescrição médica. “É importante evitar a automedicação e, caso apresente manifestações clínicas, procure imediatamente uma unidade de saúde para ser avaliado(a) por um profissional habilitado”, declara.
Quanto ao combate à doença, a opinião dos espe- cialistas é unânime no que se refere à prevenção. A vacina é uma estratégia fundamental na prevenção da dengue, principalmente considerando os bons resultados contra os principais sorotipos da doença que estão em circulação.
Além disso, é essencial tomar cuidados que estão ao alcance de todos para evitar a proliferação do Aedes aegypti, como evitar água parada nos quintais, nos pneus, piscinas que não estiverem em uso podem ser cobertas para evitar a proliferação, tampar os ralos, usar repelentes nas crianças e instalar telas em ambientes fechados.