Foi realizado ontem, quinta-feira, dia 29, o 1º Fórum Intersetorial de Saúde Mental de Nilópolis com o tema A voz que precisa ser ouvida. O evento foi realizado durante toda a parte da manhã, no auditório do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ). Além de profissionais que atuam no próprio município, Nelly de Azeredo, da coordenação de Saúde Mental do Estado do Rio, também atuou como palestrante. O fórum foi organizado pela equipe da Saúde Mental sob a coordenação de Simone Portes; além das diretoras do Caps Espaço Vivo, Claudia Milene; do Caps AD, Ádela Alves; e da Residência Terapêutica, Monique Zerbine.
Participaram do evento usuários, além de familiares e dos profissionais envolvidos no atendimento. A abertura foi feita pelo usuário Dário Ribeiro, do Caps Espaço Vivo, que contou sua história, seu tratamento e ainda recitou uma poesia de sua autoria, emocionando todos os presentes.
O primeiro tema a ser abordado durante o fórum foi Medicalização com o psiquiatra Guilherme Augusto e a enfermeira Cintia Lacerda, que falaram sobre os cuidados que envolvem o assunto. Os usuários e os familiares tiveram direito a fazer perguntas e também contar suas experiências.
Logo após, a psicóloga Elaine Souza e psicanalista Nelly de Azeredo abriram a segunda parte do fórum. Nesta parte, o tema do evento, A voz que precisa ser ouvida, foi desenvolvido. “A voz ouvida por muitos, enquanto os outros que estão ao redor não ouvem nada, pode ser um sintoma de transtorno, mas a dúvida é medicar ou não? Se não, o que fazer com essas vozes?, disse Elaine, que desenvolve uma oficina sobre esse assunto com os usuários – Grupo Ouvidores de Vozes – e mostrou alguns depoimentos comprovando o quando o acompanhamento é positivo para o tratamento.
O subsecretário municipal de Saúde, André também esteve presente e ressaltou a importância do evento. “Nilópolis é referência no que se refere à saúde mental e temos que seguir em frente. Aproveito para anunciar que serão três leitos psiquiátricos no recém-inaugurado Hospital Municipal. Espero que ninguém precise, que todos sejam tratados no Caps, mas teremos essa retaguarda”, disse.
A partir das informações da diretora do Caps Espaço Vivo, Claudia Milene é possível ter uma dimensão do atendimento da saúde mental em Nilópolis. “Temos, só no dispositivo Espaço Vivo, 560 pacientes referenciados inscritos, mas são mais de 2 mil que buscam medicação”, explicou.