Com objetivo de promover a proteção permanente do Parque Ambiental e Arqueológico das Ruínas da Praia do Sahy, a Prefeitura de Mangaratiba, a Fundação Mário Peixoto e o Ministério Público Federal estão se unindo em uma parceria inédita. A iniciativa, que reconhece a significativa importância da estrutura arquitetônica para a história do Brasil, visa mobilizar órgãos de diferentes esferas para efetivar a proteção do patrimônio, além de investir no turismo sustentável, monitoramento e preservação do espaço.
Para alinhar os detalhes do projeto que começará a ser desenvolvido, esta semana aconteceu uma visita técnica à área das ruínas. A ação foi comandada pelo procurador geral da República, Sérgio Suiama; a presidente da Fundação Mário Peixoto, Cecília Cabral; o procurador geral do município, Ademilson Costa; diversos secretários e equipes municipais. Também participaram representantes do Iphan, do Instituto de Cultura Democrática, da MRS Logística, e arqueólogos e historiadores da UFF e UERJ.
A comitiva, que visitou toda a área das ruínas, avaliou as condições, necessidades e os danos estruturais, já que o local apresenta risco de colapso em decorrência da ação do tempo, vandalismo, e principalmente, da trepidação causada pelos trens de carga de transporte de minério. A equipe da secretaria de Defesa Civil ainda fez o isolamento das áreas mais sensíveis.
O próximo passo do projeto será formar um grupo de trabalho visando a atuação mais efetiva das instituições envolvidas, dentro de suas competências. Esta etapa ocorrerá em paralelo ao desenvolvimento do projeto de preservação permanente.
Vale lembrar que hoje o espaço é tombado pelo IPHAN e faz parte dos patrimônios históricos que ficam sob a tutela da Fundação Mário Peixoto.
Localizado junto a Praia do Sahy, o Parque Ambiental e Arqueológico possui mais de 40 mil metros quadrados e em meio a uma área de mata densa, guarda as ruínas do antigo Porto de Mangaratiba. Em meados de 1800, o local era utilizado para o desembarque e comércio clandestino de milhares de africanos escravizados. A grande estrutura arquitetônica, incomum dentre outras da época, contava com fazendas de engorda de escravos, casarões, entreposto de produtos, cemitério, senzalas, capela, entre outros componentes, cujo as ruínas formam hoje um dos maiores Sítios Arqueológicos da região.